Blog dedicado a resgatar a memória dos encontros luso-brasileiros ocorridos no cinema. Lembranças de atores e cantores portugueses que fizeram história nas telas cinematográficas do Brasil, bem como os brasileiros que atuaram em no ecran português. Resultado do livro Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico entre o Brasil e Portugal, do escritor Diego Nunes. Para mais detalhes, acesse https://www.facebook.com/caelacinema ou escreva para diegofnunes@yahoo.com.br
domingo, 22 de novembro de 2015
CONVITE
No dia 01/12 farei uma palestra sobre o livro, na Livraria Blooks, no Shopping Frei Caneca, em São Paulo. Prestigiem!
quarta-feira, 11 de novembro de 2015
Matéria sobre o livro no programa Arado Literário, da TV Atlântica.
Confiram
http://www.tvatlantica.com/arado_literario/livros_sobre_cinema_tema_de_estreia_do_arado_literario
Confiram
http://www.tvatlantica.com/arado_literario/livros_sobre_cinema_tema_de_estreia_do_arado_literario
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Lançamento do livro é destaque em programa de rádio
O programa carioca Show Sonia Monte destacou o lançamento no Rio de Janeiro do livro Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico Entre o Brasil e Portugal, ocorrido no dia 24 de outubro de 2015.
Para ouvir, basta acessar aqui
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Lançamento do livro no Rio de Janeiro
No dia 24 de outubro realizou-se na Livraria Folha Seca, no
Rio de Janeiro, o lançamento do livro Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico
Entre o Brasil e Portugal, do autor Diego Nunes.
A livraria é localizada na Rua do Ouvidor, uma tradicional
rua do centro histórico carioca que abrigou o primeiro cinema inaugurado no
Brasil e é também endereço do nascimento da atriz Cinira Polônio, primeira
atriz brasileira a trabalhar no cinema português, em 1896.
O lançamento foi realizado com muito sucesso, em meio a
descontração do público carioca, que foi prestigiar o lançamento do livro, que
aborda inúmeros personagens da cultura do Rio de Janeiro, a então sede da
capital federal do país. Foi no Rio que surgiu o primeiro estúdio de cinema
brasileiro, o Ômega Films, que surgiu o primeiro filme com um roteiro do país
(Os Estranguladores do Rio, 1906) e que despontaram vários astros do nosso
cinema abordados no livro, como Carmen Santos e Violeta Ferraz, além da
misteriosa Ivaná (primeira travesti do teatro de revistas brasileiro), todos
abordados no livro, que conta as relações cinematográficas luso-brasileiras.
Traçando, através do imigrantes lusitanos, um panorama da história do cinema
brasileiro.
No lançamento estiveram presentes a escritora Norma Hauer,
biógrafa do cantor Carlos Galhardo, o colecionador Marcelo Del Cima, o
pesquisador Gui Castro Neves, o cantor Luiz Henrique, a jornalista Sônia Monte,
entre outros, provando que o público carioca sempre prestigia e aprecia o
resgate da nossa memória e cultura, assuntos sempre presentes nos livros da
Editora Matarazzo.
Para adquirir o livro, entre em contato com o autor, diegofnunes@yahoo.com.br
terça-feira, 13 de outubro de 2015
Marietta Baderna
Em 1849 chegou ao brasil a bailarina italiana Marietta Baderna, fugindo da ocupação austríaca em seu país. Bailarina clássica do Scala de Milão, a bela moça se apaixonou pelos ritmos africanos
que conheceu no Brasil, como a umbigada e o lundu, e passou a incluí-los em suas apresentações. Dona de uma grande beleza e dançado rítimos muito sensuais para os tempos da corte de Dom Pedro II, ela começou atrair muitos rapazes para suas apresentações.
Os setores mais conservadores da sociedade passaram a censusar seu número, impedindo-a de subir aos palcos para se apresentar. Revoltados os seus fãs saiam às ruas aos gritos de “queremos Baderna!” Escandalizados, os espectadores exclamavam: “Esses baderneiros!”
Para saber mais sobre Maria Marietta Baderna, e outras histórias, leia o livro "Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico entre o Brasil e Portugal", de Diego Nunes.
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
A misteriosa Ivaná
Em 1953 o grande diretor teatral Walter Pinto, sempre
buscando novas atrações internacionais para seus luxuosos espetáculos, anunciou
a contratação da vedete francesa Ivaná, vinda das principais casas de
espetáculos parisienses. Ivaná estreou nos palcos brasileiros no espetáculo É Fogo na Jaca (1953).
Ivaná na verdade era portuguesa e a nacionalidade francesa
foi um golpe publicitário, muito comum naquela época. E também tinha outro
“segredo”, Ivaná era homem. Nascida Ivan Monteiro Damião, Ivaná ficou famosa nos palcos
brasileiros justamente por este mistério que a envolvia. Dona de uma grande
beleza a elegância, o público custava a acreditar que aquela bela mulher que
cantava em francês era na verdade um rapaz travestido. Na publicidade do
espetáculo, Walter Pinto anunciou que uma de suas “girls” era um transformista,
mas não disse qual a princípio. Os espectadores suspeitaram da também estreante
Jane Grey, que tinha um rosto anguloso e um tanto masculino, segundo alguns.
Foi a revista Manchete quem revelou a verdadeira identidade de Ivaná, mas ainda
lhe atribuindo a nacionalidade francesa.
Carmen Miranda cumprimenta Ivaná (ou Ivan),
nos bastidores de Eu Quero Me Badalar (1954)
A artista ficou conhecida, erroneamente, como a primeira
travesti do nosso teatro de revista. Mas ela mesma fazia questão de corrigir
esta informação. Em entrevista à Revista do Rádio em 29 de julho de 1961 fez questão
de lembrar que o pioneiro: “Antes de mim, os brasileiros tiveram ainda Aimo
(sic), que apesar da idade avançada, ainda continua a trabalhar. Êle é o
verdadeiro pioneiro”.
Aymond, o artista citado por Ivaná era argentino, nascido Norberto
Americo Aymonino. Veio a primeira vez ao Brasil em 1926, com a Companhia
Argentina de Revistas. Estreou no Theatro Phenix na revista A-E-I-O-U, em 29 de
julho de 1926. Após o final da temporada, retornou com a Companhia para a
Argentina. Chamado de “O artista da garganta de ouro”, imitava artistas como Jeanette
MacDonald, Raquel Meller, La Argentina e Mercedes Simone.
Aymond
Em novembro de 1928 ele retornou aos palcos brasileiros,
atuando na revista Palácio das Águias, no Theatro Recreio. No elenco Alda
Garrido, Olympio Bastos (o cômico de origem portuguesa, conhecido como
Mesquitinha) e a argentina Lydia Campos, anunciada como “Musa do Tango”.
Em 04 de dezembro de 1928 o jornal carioca A Manhã registrou
uma crítica sobre Aymond: “(...) Chamam-no fenômeno vocal. Por que? É que o
homem possue uma voz que a gente não sabe bem se é de homem, se é de mulher.
Voz curiosa. E porque é curiosa, o público aplaudiu. Foi o único “bis” da
noite.Mas Aymond, que fora feliz cantando á sua maneira, quis imitar Lydia
Campços, anunciou que ia imital-a. Imitando-a, porém, continuou a ser Aymond,
nada mais, nem um traço caracaterstíco de Lydia.”
Depois não encontramos mais informações sobre Aymond no
teatro de revista, mas ele continuou atuando. Anunciado como “O Imitador do
Belo Sexo”, Aymond continuou se apresentando em pequenos shows, geralmente
antes de exibições cinematográficas, como fez em 1933 no cinema Alhambra, no
Rio de Janeiro, e no ano seguinte em Belo Horizonte.
Ficha de Aymond no DOPS de Recife, em 1938, disponibilizado pelo site Obscuro Fichário
Mas Aymond também não pode ser o detentor do título de
introdutor do transformismo no teatro de revista brasileiro. Números de
travesti eram muito comuns, mas geralmente eram feitos por atores cômicos, em
paródias. Porém no começo do século XX apresentou-se nos palcos cariocas o
norte-americano John Bridges (ou João Bridges como as vezes é creditado), que
imitava no palco a atriz Pepa Ruiz, estrela portuguesa de grande sucesso nos
palcos brasileiros. E nesta época, os jornais já o consideravam rival do “artista
exótico” Visconti, de quem não conseguimos maiores informações.
Anúncio da apresentação de John Bridges, publicado no jornal
O Paiz 21 de maio de 1895
Ainda destacamos pelo menos mais um transformista, o
norte-americano John Bridges. Vamos encontra-lo se apresentando no Cine Theatro
Yolanda, Rio de Janeiro, em 1919. Bank atuava em pequenos shows mambembes no. Encontramos
poucas informações sobre o artista, mas anúncios de suas apresentações são
encontrados até 1946.
Fichas de Walter Bank em 1943, também do site Obscuro Fichário
Voltando a Ivaná, ela ainda passaria pela companhia de Silva
Filho e depois retornaria a trabalhar com Walter Pinto em mais duas ocasiões,
incluindo no enorme sucesso Eu Quero é Me Badalar (1954-55), com a vedete
Salomé Parísio. Também atuou em alguns filmes, sendo o primeiro deles Mulher de
Verdade (1954), do diretor Alberto Cavalcanti.
Ivaná e Zé Trindade, no filme
Mulheres Cheguei (1956)
Ivaná cantando no filme
Mulher de Verdade (1954)
Na década de sessenta, mudou-se para São Paulo, onde atuou
em muitos shows de importantes boates, mas começou a entrar em decadência e sofrer
perseguições políticas com a chegada da ditadura militar no país.
Ivaná faleceu na década de noventa. Para saber mais sobre
Ivaná, leia “Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico entre o Brasil e Portugal”,
de Diego Nunes.
sábado, 10 de outubro de 2015
Deolinda Rodrigues - "A Vedeta da Mandragoa"
Morreu
hoje em Lisboa a atriz e cantora portuguesa Deolinda Rodrigues. Deolinda Rodrigues
Veloso nasceu no antigo Convento de Telheiras, no dia 31 de Dezembro de 1924.
Começou sua carreira quando ficou em segundo lugar em um concurso
promovido pelo jornal português “Diário Popular” e em 1944 estreou na carreira
profissional cantando no Parque Mayer, a região dos importantes teatros de
Lisboa. Após cantar em muitas casas noturnas, conseguiu um contrato na Emissora
Nacional, passando a ter um programa semanal no rádio durante, que durou alguns
anos.
Em
1947 estreou como atriz no teatro de revistas, atuando em Cartaz da Mouraria,
no Teatro Apolo, ao lado de artistas como Hermínia Silva, Álvaro Pereira,
Costinha e Barroso Lopes, entre outros.
Deolinda
estreou no cinema no filme Cantiga da Rua (1950), e fez alguns filmes,
inclusive Mandragoa (1952), que fez um enorme sucesso.
Deolinda cantando Fado Corrido, no filme Cantiga da Rua.
Deolinda ainda atuou no filme O Passarinho da Ribeira (1960), que tinha no elenco os atores brasileiros Spina e Almeidinha.
Ao centro, Spina e Deolinda Rodrigues
Deolinda
ainda atuaria na produção luso-brasileira As Pupilas do Senhor Reitor (1961),
rodada em Portugal e protagonizada pelo astro brasileiro Anselmo Duarte, com
quem a atriz teve um breve affair. Porém, iniciada as negociações do filme
Anselmo partiu para Portugal, para rodar a obra, enquanto Deolinda mudou-se par
ao Brasil, onde permaneceu por cerca de um ano, cantando em casas
especializadas e apresentando-se como atração internacional dos programas de
televisão. Deolinda Rodrigues chegou a ter um programa com nome na TV Cultura da
São Paulo, ainda na fase dos Diários Associados.
Anúncio de sua estréia na televisão brasileira,
TV Continental - Rio de Janeiro
Deolinda
residia na Casa do Ator, em Lisboa e estava prestes a completar 91 anos de
idade.
Deolinda Rodrigues e Diego Nunes, autor do livro
"Cá e Lá, o Intercâmbio Cinematográfico
entre o Brasil e Portugal" em junho de 2015.
quarta-feira, 7 de outubro de 2015
terça-feira, 6 de outubro de 2015
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